Quando se fala em morcegos, muita gente sente medo — e com razão, especialmente ao falarmos do morcego hematófago, aquele que se alimenta de sangue. Embora a maioria dos morcegos seja inofensiva e até benéfica para o ecossistema, existe uma pequena fração deles que representa um risco real à saúde de humanos e animais, principalmente por causa do vírus da raiva.
Neste artigo, vamos esclarecer tudo sobre os morcegos hematófagos, como ocorre a transmissão da raiva, e quais medidas os tutores devem adotar para proteger seus pets.
O que é um morcego hematófago?
O morcego hematófago é uma espécie de morcego que se alimenta exclusivamente de sangue. No Brasil, o mais conhecido é o Desmodus rotundus, também chamado de morcego-vampiro.
Diferente do que mostram os filmes, ele:
Não suga grandes quantidades de sangue
Se alimenta geralmente à noite
Prefere presas de sangue quente (bois, cavalos, aves e, ocasionalmente, cães e gatos)
Faz apenas um pequeno corte com os dentes afiados e lambe o sangue que escorre
Apesar de seu comportamento discreto, o problema está no fato de que eles podem carregar o vírus da raiva e transmiti-lo ao morder.
Raiva: Um vírus silencioso e fatal
A raiva é uma doença viral grave e mortal que afeta o sistema nervoso central. É transmitida por meio da saliva de um animal infectado, geralmente através de mordidas.
Sintomas da raiva em animais:
Mudança de comportamento repentina
Agressividade ou apatia
Salivação excessiva
Dificuldade para engolir ou se movimentar
Convulsões e, infelizmente, morte
Infelizmente, não há cura após o início dos sintomas. Por isso, a prevenção é a única forma eficaz de proteção.
Como ocorre a transmissão para pets?
Cães, gatos e até animais de fazenda podem ser atacados por morcegos hematófagos — principalmente em áreas rurais, chácaras ou regiões próximas a matas.
A mordida, por mais discreta que seja, pode conter saliva infectada com o vírus da raiva. O animal pode nem sentir ou perceber o ataque na hora.
Situações de risco:
Pets que dormem ou circulam ao ar livre à noite
Animais sem vacinação em dia
Casas próximas a cavernas, celeiros, árvores densas ou construções abandonadas
Contato com morcegos doentes ou caídos no chão
Como proteger seus pets?
Felizmente, existem maneiras eficazes de prevenir a raiva nos animais domésticos:
Principais cuidados:
Vacinação antirrábica anual: fundamental e obrigatória por lei.
Evite que seus pets circulem sozinhos à noite, especialmente em áreas de risco.
Recolha frutas maduras e restos de comida no quintal, que podem atrair morcegos.
Vede frestas em telhados, forros e galpões, locais onde morcegos podem se abrigar.
Evite manipular morcegos doentes ou caídos — acione o controle de zoonoses do município.
Observe feridas misteriosas nos animais, principalmente no pescoço ou dorso, e procure o veterinário.
Além disso, é importante manter outros pets da casa vacinados, como gatos e até animais de produção.
O que fazer em caso de contato com morcego?
Se um morcego for encontrado dentro de casa, ou se você suspeitar que seu pet foi mordido:
Não toque no morcego com as mãos desprotegidas.
Isolar o animal e evitar o contato com outros.
Leve o pet ao veterinário imediatamente.
Informe as autoridades locais de vigilância sanitária ou controle de zoonoses.
Se houver contato humano direto, procure um posto de saúde para avaliação e possível vacinação pós-exposição.
Quanto mais rápido forem tomadas as medidas, maior a chance de evitar complicações.
Curiosidades sobre morcegos
Existem mais de 1.400 espécies de morcegos, mas apenas três são hematófagas, todas encontradas na América Latina.
Morcegos desempenham um papel ecológico vital: polinizam plantas e controlam insetos.
Um único morcego insetívoro pode comer até 1.000 mosquitos em uma noite.
A raiva transmitida por morcegos também pode afetar animais silvestres, como gambás, furões e até primatas.
A vacinação de pets ajuda a formar um bloqueio sanitário, impedindo surtos da doença.